viernes, 26 de marzo de 2010

Sobre o tempo e o pranto






Me dividí em TRES partes.


Eu era Iara, era Guilherme e era Gabriel. E assim começou minha passagem por este planeta.
Uma parte de mim se foi.
Meu coraçao sofre, minha cabeça odeia.
Eu ouço todas as palavras de conforto, de amor, de explicação.


E elas não fazem efeito. Talvez porque eu acredite em um Deus que não é exatamente o que a igreja ensina, talvez porque eu só acredite nesse Deus porque todo ser humano precisa acreditar que existe algo acima de nós. Talvez porque eu não consiga "ver sua mão brilhante e protetora", talvez...
Eu só queria chorar a ausencia desta parte de mim que se foi.
Só queria chorar...
Eu não precisava sentir rancor
Só preciso chorar meu filho.
Porque eu sei que vou morrer de saudade.
Porque em algum tempo as pessoas já terão esquecido meu menino
Porque as ausencias se perdem no tempo
E no final ele só vai viver na minha lembrança , no meu coração...
Porque eu e Gabriel prometemos,
enquanto seguravamos a mãozinha do Gui,
antes do coração dele deixar de bater,
prometemos de que nos escontraremos de novo,
e eu preciso desesperadamente acreditar
que isso vai ser
possível.

E,
se as almas são viajantes, (e nisso eu acredito!)
então
quando chegar a hora de minha alma e de meus filhos empreenderem nova viagem
quero encontrá-los, abraçá-los e beijá-los
e
se nos for permitido quero seguir uma nova viagem com eles.

jueves, 25 de marzo de 2010

sobre ausencia não consentida



É difícil lidar com a saudade.
Principalmente esse tipo de saudade que não vai terminar num encontro, num abraço, num monte de beijos, num montão de novidades pra contar, numa vozinha no telefone.



Eu nem sei se eu chego a lidar com a minha ou sigo fingindo que ela não existe , eu poderia imaginar que ele segue lá, indo pra escola, fazendo aulas de violão, ouvindo as musicas que ele gostava, imaginar ele convidando seus amiguinhos pra ir na casa dele, imaginar ele tirando uma soneca depois do almoço ou ir nas aulas com a Vânia no fim do dia. Eu podia imaginar ele indo pescar no fim de semana, imaginar ele pedindo pra sentar no banco da frente do carro e andar pela casa levando o rádio e a extensão. Imaginar ele no seu mundinho e fingir que nada mudou.
Mas um clic de alerta já estava aberto no meu coraçao desde que eu me despedí deles em janeiro,
eu voltei pra casa, no fim de férias com meus filhos, sentindo uma saudade absurdamente dolorida
e
não entendia porque desta vez doía mais.
E pior: continuou aumentando.



Nos últimos dias eu percebi que toda vez que ela aperta dentro do meu peito e começa a gritar comigo, me deixando surda de dor, um ódio do tamanho do mundo parece que quer sair de mim. E aí eu xingo e sinto raiva e isso cala um pouco a boca da saudade.



Não é à toa que o ódio é o sentimento que aparece quando ela começa a ficar sufocante.



Ódio que é o sentimento mais complementar ao amor, e não o mais contrário.
E eu tenho ficado odiosa em vários momentos dos meus dias....



E amanhã só faz duas semanas. E ele me prometeu que a gente se encontraria nas proximas férias, que ele iria lá na minha casinhase e eu fiz planos e agora o que dói não é não poder cumprir esses planos, o que dói é essa ausencia não consentida, essa ausencia de pra sempre, nunca, jamais.

E agora que eu preciso fechar essa gavetinha do meu coraçao pra seguir em frente e tenho medo de fechá-la porque sei que não vai caber tudo dentro e sei que vou ter que abrí-la de novo.

e agora, o que eu faço?