sábado, 26 de junio de 2010


A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...

miércoles, 23 de junio de 2010

Sobre viajar, para longe, para dentro ou para fora.

"...Viajar não é sinônimo de férias, somente. Não basta encher o carro com guarda sol, cadeirinhas, isopores e travesseiros e rumarem direção a uma praia suja e superlotada. Isso não é viajar, é veranear. Viajar é outra coisa. Viajar é transportar-se sem muita bagagem para melhor receber o que as andanças têm a oferecer. Viajar é despir-se de si mesmo, dos hábitos cotidianos, das reações previsíveis, da rotina imutável, e renascer virgem e curioso, aberto ao que lhe vai ser ensinado. Viajar é tornar-se um desconhecido e aproveitar as vantagens do anonimato. Viajar é olhar para dentro e desmascarar-se.Pode acontecer em Paris ou em Trancoso, em Tóquio ou Rio Pardo. São férias, sim, mas não só do trabalho: são férias de você. Um museu, um mergulho, um rosto novo, um sabor diferente, uma caminhada solitária, tudo vira escola. Desacompanhado, ou com um amigo, uma namorada, aprende-se a valorizar a solidão. Em excursão, não. Turmas se protegem, não desfazem vínculos, e viajar requer liberdade para arriscar.Viajando você come bacon no café da manhã, usa gravata para jantar, passeia na chuva, vai ao super de bicicleta, faz confidências a quem nunca viu antes. Viajando você dorme na grama, usa banheiro público, come carne de cobra, anda em lombo de burro, costura os próprios botões. Viajando você erra na pronúncia, usa colar de conchas, troca horários, dirige do lado direito do carro. Viajando você é reinventado.É impactante ver a Torre Eiffel de pertinho, os prédios de Manhattan, o lago Como, o Pelourinho. Mas ver não é só o que interessa numa viagem. Sair de casa é a oportunidade de sermos estrangeiros e independentes, e essa é a chave para aniquilar tabus. A maioria de nossos medos são herdados. Viajando é que descobrimos nossa coragem e atrevimento, nosso instinto de sobrevivência e conhecimento. Viajar minimiza preconceitos.Viajantes não têm endereço, partido político ou classe social. São aventureiros em tempo integral..."

fragmentos do texto de Marta Medeiros

martes, 22 de junio de 2010

"...Em mim, na minha alma, Pressinto que vou ter um terremoto"

lunes, 21 de junio de 2010

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Clarice Lispector

domingo, 20 de junio de 2010

I´ll be watching you...


Since you've gone I've been lost without a trace
I dream at night I can only see your face
I look around, but it's you I can't replace
I feel so cold and I long for your embrace

Desde que você se foi, eu estive perdido sem nenhum traço
Eu sonho à noite, eu só posso ver seu rosto
Eu olho ao redor mais é você que eu não posso substituir
Eu me sinto tão frio e eu espero o seu abraço

Partir é o melhor caminho.




"...Nunca se sabe onde está uma despedida. Até no afã do até logo pode esconder-se um nunca mais. Na frase infeliz, na simples conversa, algo pode estar morrendo, do amor ou da amizade...Por isso, uma dor sempre se infiltra em cada afastamento. Algo se assusta, escondido em tudo o que se separa. Ainda que para ir ali pertinho e logo voltar.
Quem viaja ameaça a despedida. “Partir é morrer um pouco”, dizem os franceses, e com razão. Ainda que para encontrar-se depois, quem parte arrisca despedidas. Por isso, a emoção subjacente percorre-lhe o mistério e a “região das certezas absolutas”.As grandes despedidas dão-se – contudo – sem que o percebamos. As que sabemos e sofremos não são despedidas completas, pois a saudade e a memória hão de trazer de volta o sentimento genuíno que agora causa dor. As grandes despedidas infiltram-se no cotidiano e nos atos corriqueiros de cada dia sem ser percebidas. Muitos anos depois, vamos verificar que disfarçado em dia-a-dia ali estavam e estalavam saudades antecipadas, vários nuncas dos quais jamais suspeitamos. Nunca se sabe onde está uma despedida.A não ser muito depois.

Arthur da Távola



A primavera chegou e acabou e foi tão triste para mim.
Não ví as flores, nem guardei os olores na memória
Como flor, cortada, morri um pouco com ela.


SARAMAGO....me sara mago, me sara!




"...a morte é a diferença entre estar aqui e não estar mais."
E meu coraçao fecha os olhos e sinceramente chora...